Bases do PSB articulam lançamento de candidatura à Presidência da República e cinco nomes já despontam como opções.
Por ZÓBIA
SKARTINNI e MIRELA DUPRAT – Correspondentes em Brasília.
TIMESBR - AGNOT – DF 11.12.17:
ZS\MD – Depois de uma guinada à esquerda
por influência de setores progressistas que começam a se fortalecer dentro do
PSB após o rompimento com o governo Temer, o Partido Socialista Brasileiro
começa a pensar em ser protagonista nas eleições presidenciais de 2018 e
participar com amplas chances de vitória, a depender da situação da candidatura
de Lula caso venha a ser impedida.
Setores históricos admitem a
participação numa Frente com os demais partidos de esquerda como o PT, PCdoB e
PDT, hipótese já levantada pelo ex-presidente Lula e passível de discussão
dentro das bases socialista. No entanto esses mesmos setores admitem que no
caso de uma eventual não candidatura de Lula o PSB deveria lançar um candidato
numa outra frente com vários partidos progressistas para no segundo turno
disputar com o apoio dos demais partidos. Admitindo como correta a estratégia
do PCdoB quando lançou Manuela D’Ávila a presidência e do PDT que lançou Ciro
Gomes, esse parlamentar do PSB acha que o partido deve fazer o mesmo.
Cinco nomes despontam como os
principais presidenciáveis do partido e todos muito ligados a esse projeto de
uma forma ou de outra a ser debatido pelo PSB em seu próximo congresso nacional
que acontece dentro de dois meses aproximadamente. Entre estes nomes e suas
características estão na lista dos presidenciáveis do PSB:
BETO ALBUQUERQUE; o primeiro a defender a tese da
candidatura própria e a admitir que aceitaria uma candidatura sua. O partido
porem pensa seu nome para uma das vagas ao Senado pelo Rio Grande do Sul. Tem a
seu favor o peso de um Estado eleitoralmente forte e ter sido ex-vice-presidente
de Marina Silva na chapa em 2014. É bem visto nas bases do PSB, mas não deve
estar disposto a trocar uma eleição mais fácil a Deputado Federal no próximo
ano pelo risco de uma candidatura presidencial que pode não ser vitoriosa.
RENATO CASAGRANDE; Ex-Senador da República e
ex-governador do Espirito Santo. Considerado um bom gestor e um dos melhores governadores
da história recente de seu Estado. O que o faz um potencial candidato por ter
esse reconhecimento. É o mais articulado
dentro do PSB, mas apesar de até agora não manifestar publicamente interesse
numa candidatura a Presidente por ter praticamente uma eleição de governador
garantida em seu Estado, setores históricos e progressistas do partido querem
lançá-lo a presidente em 2018. Tem a seu favor a simpatia interna dos principais
movimentos sociais do partido e do grupo histórico, mas pesa-lhe a
responsabilidade do PSB não poder perder um governo estadual praticamente
garantido. Internamente é o que dispõem de maior apoio partidário e
eleitoralmente o que teria maiores chances de vitória. Já admite reservadamente
entre alguns dirigentes partidários que pode pensar no assunto e aceitar a
candidatura presidencial como uma missão.
RICARDO COUTINHO: Atual governador da Paraíba.
Considerado um dos homens da esquerda socialista. Bom gestor e defensor de
alianças mais à esquerda dentro do PSB. Não tem muito peso eleitoral devido ser
de um estado pequeno do Nordeste, mas é considerado um dos melhores quadros do
PSB e tem forte influência nos setores mais progressistas. Foi contra o golpe
de Temer e isso o fortaleceu junto a outros partidos de esquerda. Posição esta
que lhe facilita articulações, mas não garante a vaga de candidato a presidente.
ALDO REBELO: Ex-Presidente da Câmara dos
Deputados, ex-ministro por quatro ocasiões, quando foi ministro da Articulação
Política; do Esporte; da Ciência e Tecnologia e também da Defesa. Recém filiado
ao PSB, é considerado cristão novo e ainda não empolgou as bases do partido
para uma eventual candidatura a Presidente. Mas é sempre lembrado para tal por
sua performance histórica. Em certo
momento até arrefeceu os ânimos da militância que via sua filiação com o
fortalecimento dos setores mais à esquerda, no entanto ao aparecer como o
candidato a vice-presidente de Rodrigo Maia num eventual impeachmam de Temer
não empolgou muito a militância. Mas tem peso político e eleitoral dentro do
PSB para uma candidatura.
JOAQUIM BARSOSA; Ex-ministro e ex-presidente do
Supremo Tribunal Federal – STF -; Jurista de ilibado reconhecimento, mas nem
filiado é ainda ao PSB e se filiado manifesta interesse apenas em ser candidato
a Presidente da República, o que deixa os setores histórico e progressistas de
orelha em pé. É bem visto por alguns setores nos estados mais conservadores,
mas não consegue empolgar as bases progressistas que preferem Casagrande,
Albuquerque ou Coutinho, e até Aldo Rebelo, nem anima a cúpula partidária que
parece não confiar nos propósitos de Barbosa. Alguns setores acham que apenas
usaria o partido para a candidatura presidencial e não seguiria as diretrizes
partidárias. Mas tem defensores na direção e simpatia nas bases. O PSB do RJ
pensa seu nome para uma eventual candidatura ao Senado, onde não encontraria muita
dificuldade em se eleger.
Comenta-se nos bastidores do partido
que líderes mais à esquerda do PSB, como os senadores João Capiberibe e Ledice
da Mata; os deputados Júlio Delgado e Janete Capiberibe além de alguns dirigentes
de base como o sindicalista Joílson Cardoso, secretário sindical do PSB e
dirigente nacional da CTB, o ex-guerrilheiro e ativista dos direitos humanos, Acilino
Ribeiro, da Secretaria Nacional de Movimentos Populares do PSB, do professor Adriano
Sandri, dentre outras figuras históricas do partido buscam o apoio do
presidente Carlos Siqueira para esse projeto de candidatura própria e\ou
aliança com os partidos de esquerda em 2018. Existe porem um outro fator decisivo
que é, além de Carlos Siqueira, o peso político dos governadores Paulo Câmara,
de Pernambuco e Rodrigo Rollemberg do DF, do vice-governador de SP, Marcio
França e do prefeito de Recife, Geraldo Júlio, que podem até apoiar essa
estratégia, mas ainda não se manifestaram publicamente neste enigmático jogo do
xadrez político nacional e terão peso decisivo neste tabuleiro eleitoral onde os
mesmos devem movimentar pedras em articulações que coadune também a política
local e suas respectivas reeleições. DF\SP\RJ\BH: 11.12.17; 12h; ZS\MD.
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